Somos um coletivo de mulheres negras do Distrito Federal, formado em setembro de 2011, por jovens mulheres com trajetórias de militância em outros grupos, como o Enegrescer, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, o Nosso Coletivo Negro, em alguns dos quais seguimos atuando.
Estamos unidas por vínculos ideológicos, afetivos e espirituais, conformando uma irmandade, espaço de associação e intimidade, a partir do qual buscamos construir uma militância coerente com nossas histórias de vida e possibilidades de atuação.
Buscamos estimular a escrita das mulheres negras, a nossa própria escrita e o conhecimento sobre a produção intelectual, cultural, política, ativista e afetiva de outras mulheres negras, em uma jornada em busca da afirmação da autoria coletiva e individual das mulheres negras de várias gerações. Percebemos nosso esforço em ocupar também o espaço acadêmico para produzir, nas diferentes áreas das ciências humanas, pesquisas relacionadas à temática racial. Não falamos pelas mulheres negras como um todo, já que somos muitas e diversas, mas buscamos estabelecer contatos, trocas e vivências com outros grupos de mulheres negras para que possamos nos fortalecer mutuamente.
Constituímo-nos a partir do encontro de alguma de nós no Fórum de Mulheres Negras do DF, ao qual agradecemos por nos ter abrigado e por fazer parte do nosso crescimento.
Estamos representadas por mulheres de diferentes fenótipos negros: tonalidades de pele, texturas de cabelos, diferentes corpos e percepções sobre o mundo …
Cecília Bizerra Sousa
Daniela Luciana Silva
Juliana Cézar Nunes
Paula Balduino de Melo
Raíssa Gomes
Elaine Meirelles
Rita Silvana Santana
Nos guiamos pelos princípios/ações:
– Cuidar umas das outras e fortalecer redes de apoio entre mulheres negras;
– Atuar contra o racismo, o machismo, a intolerância religiosa, a lesbofobia, transfobia e homofobia, bem como outros tipos de discriminação e opressão;
– Participar da vida política de nossa cidade e país, buscando incidir sobre temas importantes para nós, mulheres negras;
– Dialogar com o poder público em espaços de participação e controle social de políticas voltadas para mulheres e população negra, na medida em que nos parece estratégico;
– Estimular processos de auto-identificação e afirmação da negritude e da condição feminina;
– Atingir imaginários de outras mulheres, especialmente as negras, através do uso das redes sociais visando o empoderamento através do compartilhamento de conteúdos afirmativos e interação constante;
– Produzir e veicular ideias em torno dos temas que nos são caros.
Estamos presentes nas redes sociais, que se constituem em espaço cotidiano de trocas interpessoais e com outras organizações, interação, divulgação de ações próprias e de parcerias, publicização de textos e notícias. As redes sociais permitem veicular e compartilhar conteúdos para o empoderamento de mulheres e meninas negras com alcance nacional.
https://pretascandangas.wordpress.com/
https://www.facebook.com/pages/Pretas-Candangas/242210289184955?fref=ts
Nossas principais ações:
Marcha de Mulheres Negras – 2015
Como organização integrante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), participamos do processo de conceituação, organização, construção coletiva e memória da Marcha das Mulheres Negras, realizada em 18 de novembro de 2015, em Brasília.
Durante meses, antes e depois das 50 mil mulheres negras, de todo o país ocuparem as ruas da capital estivemos presencialmente ou nas redes sociais envolvidas nesta tarefa histórica e divisora de águas para as negras brasileiras.
Festival de Mulher Afro Latino Americana e Caribenha – Latinidades
A irmandade Pretas Candangas apoia esse festival, que envolve ações de formação, capacitação, afro-empreendedorismo, economia criativa, cultura e comunicação, no sentido de discutir e propor políticas públicas para mulheres negras.
O Latinidades propõe diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. Constitui um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil, relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
Campanha Todas As Vozes Contras As Violências de Gênero
Em outubro de 2013 aceitamos convite do Fundo Brasil de Direitos Humanos para participar do projeto “Fortalecendo o protagonismo de redes e articulações na promoção de direitos humanos no Brasil”. A partir da integração a este projeto, nos tornamos colaboradoras de uma campanha nacional nas redes sociais, do qual participam outros coletivos, com diferentes formações e áreas de atuação, mas com objetivos comuns no âmbito dessa iniciativa.
A campanha Todas as Vozes Contra as violências de Gênero foi organizada por diversas entidades e movimentos sociais da sociedade brasileira e tem por objetivo denunciar o machismo, racismo, homofobia, lesbifobia e transfobia na cidade e no campo, bem como fortalecer as lutas que combatem essas opressões. A coordenação das atividades ficou a cargo da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB, que nos indicou para realizar o trabalho como integrantes e representantes da articulação.
Cabelaço – Ato político cultural realizado na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília entre 2012 e 2014, local por onde passam diariamente mais de seiscentas mil pessoas, vindas de todas as Regiões Administrativas. Envolve música, capoeira, break, poesia, samba de roda e outras manifestações e linguagens artísticas negras, para protestar contra o racismo e homenagear personagens e fatos históricos relacionados ao calendário afro-brasileiro.
O ato tem como objetivo despertar a consciência sobre a ditadura de um padrão de beleza cultural e historicamente construído, de origem escravocrata, que culmina na super valorização do modelo branco e europeu; fortemente reforçado no Brasil pela televisão, revistas de moda, cinema, dentre outros veículos. Buscamos garantir, sentir e valorizar a estética e auto-estima do povo negro, com o mote das apresentações, que acompanham frases declamadas e levantadas em faixas, bandeiras, megafones, pedaços de papel, lambe-lambes e o que mais surgir de recursos, tendo como slogan: “Meu cabelo é bom, ruim é o racismo”.
O Cabelaço não é um ato contra o cabelo liso e/ou outros tipos de estética, mais bem chama atenção para nossa diversidade e pluralidade. Queremos ter o direito de usar nossos cabelos crespos, livres, leves, trançados, com dreadlocks, sem nos sentirmos estranhas no ninho e discriminadas.
Ouro
2013 – Integramos a primeira lista das Blogueiras Negras como algumas das 25 negras mais influentes da internet.